O plenário do Senado fiou lotado nesta segunda-feira, dia 11, para a sessão de debates temáticos, presidida pelo senador Jorge Seif (PL-SC), que discutiu a real situação de Israel, diante da guerra contra o grupo terrorista Hamas.
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, lideranças judaicas, familiares de reféns e parlamentares seguravam placas com fotos e identificação de sequestrados e reforçaram o pedido para que o Brasil condene os ataques cometidos contra o Estado de Israel e atue junto à comunidade internacional para liberação dos reféns.
Para Seif, o 7 de outubro de 2023 entrou para o calendário judeu como o dia mais horrível, obscuro e inaceitável. E reforçou que é essencial que a comunidade internacional atue com urgência, para buscar uma solução pacífica e duradoura para o conflito no sentido de resgatar os reféns e na condenação do Hamas.
“A medida que os eventos se agravam, é fundamental lembrar que por trás dos números e das manchetes estão vidas humanas, famílias e comunidades inteiras em sofrimento. A busca pela paz na Terra Santa é uma tarefa extremamente complexa, mas é uma tarefa que deve ser enfrentada com determinação e cooperação internacional, incluindo o Brasil”, destacou Seif, que foi o autor do requerimento para realização da sessão.
O senador classificou o grupo Hamas como terrorista e lembrou que até o momento a ação gerou como consequência a morte de mais de 18 mil pessoas na região. Desse total, reforçou Seif, mais de 1,4 mil são israelenses, 61 são jornalistas, mais de 100 são funcionários da ONU e mais de 17 mil são palestinos, majoritariamente mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Além disso, mais de 200 pessoas estão mantidas como reféns pelo Hamas.
O embaixador de Israel, Daniel Zohar Zonshine, disse que a Carta do Hamas fala claramente que o maior objetivo do grupo é destruir o Estado de Israel e exterminar os israelenses. Diante da crescente ameaça, ele justificou a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.
“Nenhum país pode suportar tal situação de hostilidade, que é isto, portanto, juntamente com a libertação dos raptados. O objetivo de Israel é que o Hamas não continue a controlar a Faixa de Gaza, principalmente para não pôr Israel e os israelenses em perigo”, disse Zonshine.
Mary Shohat, irmã do israelo-brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos, um dos sequestrados do dia 7 de outubro, disse que desde o ataque a vida da família mudou “em 180 graus”. Shohat pediu esforços das lideranças brasileiras para negociar a liberação dos sequestrados. O mesmo pedido foi reforçado por Maluf Nisenbaum, filha de Michel. Os depoimentos de irmã e filha de Michel emocionaram os presentes.
Antissemitismo
Na avaliação dos senadores Sergio Moro (União-PR), Marcos Rogério (PL-RO) e Eduardo Girão (Novo-CE) , além do reforço junto às lideranças internacionais para se alcançar a paz na região, a liberação dos reféns e a condenação dos membros do Hamas, a maior responsabilidade do Brasil é buscar mecanismos para “frear a onda de manifestação de antissemitismo” e incentivar uma onda de solidariedade ao povo judeu.
O Presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg afirmou que defender o Hamas é ir contra os direitos humanos fundamentais. Para ele, somente o discurso de ódio e o preconceito explicam como “a mentira tem sufocado” a verdade dos fatos.
Governo e reféns
O líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), que também é judeu, solidarizou-se com os familiares dos sequestrados, classificou o ato do Hamas como covarde e cruel e enfatizou que a primeira preocupação do governo federal foi buscar trazer de volta para o Brasil, com segurança, aqueles que têm cidadania brasileira e queriam deixar a região de conflito.
O senador convidou os familiares de Michel Nisenbaum, para um encontro com o presidente da República, logo após a realização da sessão.
Presentes
Também participaram da sessão, cinco familiares de nove reféns que estão em poder do Hamas desde 7 de outubro, além dos deputados Marcel van Hattem (Novo-RS) e General Girão (PL-RN). Também estiveram presentes os embaixadores, Vasilios Philippou (Chipre), Carlos Alberto Velástegui Calero (Equador), María del Mar Fernández-Palacios (Espanha), Ioannis Tzovas (Grécia), Miklós Tamás Halmai (Hungria), Béatrice Kirsch (Luxemburgo) e a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka.